flashback.
num semestre se definem contornos da palavra responsabilidade. um semestre chega para ganhar resistência aos dias desvairados, aos dias cheios, de agenda atulhada. atulhei escadas infinitas, listas de compras, noites amanhecidas, remodelei o organismo fresco de um setembro sereno para um novo, regulado por horários incertos.
o relógio girou a topo de gás. a vontade de cumprir o dever esvaiu-se, esvai-se em pequenas tentações, as mãos preferem o teclado aos apontamentos. não há mãos a medir, não há pano para mangas, não há sentido de organização que perdure como deveria. o pensamento vive na lua. e não sei, nem tento convencê-lo a descer. não sei preocupar-me o suficiente, verdade se diga. a razão não toma o controlo, os instintos falam mais alto.
verdade se diga, as tomadas de consciência nunca superam o gozo que me dá Coimbra, tal como ela é.
(de uma ou de outra forma... equilíbrio, precisa-se. equilíbrio para um ano novo.)
foto: "After the Party", Andy Warhol.
