algo teu

"é só uma imagem que sonhámos, doce imagem... nada que acredite conseguir mostrar..." -Pluto.

Friday, July 27, 2007

dias turvos.

" I don't know about you

but I know about me

I've been making storms in a little cup of tea "


Bunnyranch, i don't know.

Wednesday, July 18, 2007

Festival
Super Bock Super Rock - 3/7/07.
Y?, Bunnyranch, The Gift, Klaxons, The Magic Numbers, Bloc Party, The Arcade Fire.

A duas semanas do último exame, concertos estrondosos, cartazes de morrer, bandas singulares em solo lusitano.
Depois de 40 e tal mil pessoas rendidas aos Metallica, SBSR reabre portas, desta vez às vertentes do Rock mais recente. Y?, banda vencedora do concurso para a "banda revelação" deste ano no festival, apresenta em palco irreverência, e uma vocalista determinada a deixar marca nos presentes. Sem grandes demoras, entram os Bunnyranch, que se distinguem igualmente pela expressividade do vocalista/baterista Kaló, e por uma boa actuação que aqueceu a plateia espectante. The Gift dão um bom concerto, elevado pela electrónica que misturam na maioria das suas composições.
Bandas portuguesas "out", sobem ao palco os esperados Klaxons que, a mim e aos que me rodearam, despertaram pouco mais do que alguma desilusão. Se pela péssima qualidade do som, se pelo estado de embriaguez de dois dos membros, a primeira música tocada nem aqueceu nem arrefeceu o público; o concerto prosseguiu, com algumas paragens para (ao que pareceu) ajustes do som; o rock tão bem conceituado dos 3 membros da banda só parece alcançar a plateia com Gravity's Rainbow e, logo a seguir, Magick, onde o mosh desperta, vivo e bem disposto. Arrefecidos os ânimos, Klaxons tentam no fim deixar marca, chamando pelo público, passeando no palco, atirando ao ar guitarras.
Seguiram-se Magic Numbers, sem dúvida uma das boas surpresas reservadas para o fim de tarde. Comunicativos e simpáticos, deixam nos ouvidos dos presentes notas mais suaves e românticas, rendendo tudo e todos com I See You, You See Me. O concerto ganha pontos quando se eleva nas colunas a voz terna de Michele Stodart, que logo ao primeiro verso desperta uma onda de aplausos inesperada, soltando um sorriso tão agradecido como adorável.
Chegam então os Bloc Party, que depois de 3 concertos assistidos em menos de um ano, são-me mais que familiares. Atempadamente, talvez venha um post unicamente reservado aos mesmos.
The Arcade Fire. Há quem dia, uma religião. Se ela existe, com certeza tornaram mais 20 mil pessoas devotas às suas convicções. Cenário vermelho, 4 ecrãs redondos com passagens de Neon Bible, iluminação cuidada, e 7 deuses, prontos a incendiarem uma plateia que há muito esperava a sua actuação.
O concerto inicia e entra numa outra dimensão, de luz, de orgãos de igreja, de violinos, de vozes divinais. De álbum novo na manga, a banda dá início com Black Mirror e No Cars Go, que por si só despertam todo o interesse do público. A vozes dos fãs ecoam nos quatro cantos do recinto, rendidas a Crown Of Love, Wake Up, Power Out, Rebellion (Lies), entre tantas tantas outras. Os elementos da banda trocam de posições, de vocals a percussion, entre outros instrumentos. Em todas as músicas cada um parece cantar como se não houvesse amanhã, soltos de amarras, as lyrics voam e desprendem-se como flechas, do palco para os corações, dando a cada música interpretada uma expressividade inigualável.

SBSR promete, cumpre, e convence. E até ao próximo ano, um até já :)

Thursday, July 05, 2007

Pensamento do dia.



O que é que eu quero ser quando for grande?
:/

Exames, O Regresso.
estuda, Sara, estuda.......................

"We are the only ones who know..."


Marie Antoinette - Sofia Coppola (2006).


O que se anunciava um retrato soberbo da realeza francesa, foi isso, e foi bem mais, ou não fosse Sofia Coppola a rescuscitar a rainha.

Marie Antoinette, e suas criadas, e seu mundo, a seus pés. Marie Antoinette frustrada, aclamada infértil, desejosa pela sua aceitação entre a corte francesa. Marie Antoinette alheia à pobreza para além dos palácios, exagerada nos gastos, nas festas, na folia permanente. Áustriaca, nobre, bela, apaixonante, e, sobre tudo e todos, excessiva.

Magnolia - Paul Thomas Anderson (1999).



" Who the fuck are you, who the fuck do you think you are? I come in here, you don't know me, you don't know who I am, what my life is, you have the balls, the indecency to ask me a question about my life? (...) Fuck you, too. Don't call me "lady". I come in here, I give these things to you, you check, you make your phone calls, look suspicious, ask questions. I'm sick. I have sickness all around me and you fucking ask me about my life? "What's wrong?" Have you seen death in your bed? In your house? Where's your fucking decency? And then I'm asked fucking questions. What's... wrong? You suck my dick. That's what's wrong. And you, you fucking call me "lady"? Shame on you. Shame on you. Shame on both of you."


Magnolia. histórias de coincidências, de entrecruzares de pessoas tão diferentes entre si como próximas. como ponto de partida, os pontos próprios de cada personagem, as rotinas, as filosofias, os sonhos, os anseios, céu limpo. o tempo piora, a chuva revela os traumas, as aflições, os desesperos, num enredo que aos poucos entrelaça a vida de 10 personagens, por acaso? o filme desagua num culminar de mil coincidências que levam a um ponto de chegada que o narrador, por fim, esclarece: "There are stories of coincidence and chance, of intersections and strange things told, and which is which and nobody knows; and we generally say, "Well, if that was in a movie, I wouldn't believe it.". E Magnolia finaliza com o exagero do acaso que, como num filme qualquer, leva ao "final-feliz". Chovem sapos, o polícia revê a arma, a toxicodependente reencontra a mãe, o "Quiz Kid" finalmente parte os dentes, a mulher do golpe do baú não chega ao hospital, o mau marido enfrenta a morte sozinho, o enfermeiro junta o pai e ofilho.

Estórias sem rumo, repletas de emoção, de amor para dar, de ódios ao passado, de dependências, de revelações. Um suspense intenso, que se desfaz pelo aclarar de uma mensagem única, que nada tem de complexo. "Strange things happen all the time."