Arctic Monkeys.
Coliseu dos Recreios, Lisboa - 18 de Julho de 2007
De volta a Lisboa, de novo álbum no saco, riffs aperfeiçoados, e poucos - mas bons - anos de muito sucesso.
A entrada do Coliseu encheu, ou não estivessem os bilhetes mais que esgotados.
Os portugueses X-Wife abriram portas, aceleradíssimos. O público rendeu-se, os que não eram fãs tornaram-se, tendo sido, dito por muitos (não por mim, que não os pude ver), a banda perfeita para iniciar a noite.
Cedo se pressentiu a excitação da plateia. Os acessos estavam impedidos, "furar" parecia impossível, tendo eu me dirigido sorrateiramente para as grades das bancadas... A temperatura desde logo subiu em X-Wife, e o intervalo não apagou o fogo, antes o atiçou.
Arctic Monkeys entraram a arder: Brianstorm rebenta com Matt a dar as boas noites na bateria desbragada, dando passagem a The View From The Afternoon, sem pausas, nem demoras, nem pudor. O mosh perdurou, ora circular, ora enlatado, sempre intenso; qualquer vivalma ali se recusou a dar tréguas ao cansaço. Ouviu-se Favourite Worst Nightmare quase na íntegra, em especial foco, Fluorescent Adolescent e Do Me a Favour; intercalaram os temas mais badalados do álbum anterior, para contentamento de muitos - Cigarrette Smoke, Scummy, I Bet That You Look Good On The Dancefloor. Não houve ponta de monotonia, entoaram-se todas as letras, todas as vírgulas. Cartazes dirigidos a diferentes elementos da banda espetavam-se no ar. Imploravam-se baquetas, gritava-se pelas setlists. Numa das poucas pausas para afinação, o público fez-se ouvir até ao extremo do humanamente possível. Já esperado, a banda quis dizer adeus com A Certain Romance, música considerada uma das dez melhores do mundo para finalizar um concerto.
Alex Turner pouco mais disse além de "G'night" e "Special Crowd"... Não houve interacção. A banda recusa puxar pelo público, recusa a talking-part, ou qualquer especial adereço em palco, e assim se mantêm, e assim têm por princípio. Na mesma linha de pensamento, Arctic Monkeys nunca fazem encore. Deixam, sem mais, nem menos, a plateia atordoada, depois de 20 músicas esgotantes, plenas de emoção, de pensamentos quotidianos, de Indie Rock como não se toca em mais lado nenhum.
E eu, que não gosto de hierarquizar concertos, por serem incomparáveis uns aos outros... Temo ter de dizer que Arctic Monkeys bateu muitos, muitos outros.
Não lhes nego o pódio.
Talvez um dos 3 melhores.
Talvez o melhor...
Talvez.
E um obrigada ao quebramos_os_dois pelas fotos :)